Como a ação ambiental das mulheres em todo o Sul Global pode criar um planeta melhor

Por Andi Misbahul Pratiwi, estudante de doutorado, Universidade de Leeds, The Conversation

United Nations High Commissioner for Human Rights

As alterações climáticas têm impactos diferentes sobre homens e mulheres, especialmente no Sul Global.

A cultura patriarcal é a causa por trás disso. Muitas vezes não envolvemos as mulheres na resposta aos problemas ambientais. Muitas vezes, elas são excluídas das discussões sobre soluções para a crise climática.

A cultura patriarcal também cria relações de gênero desiguais, sendo as mulheres consideradas apenas capazes de gerir o trabalho doméstico e doméstico.

Deixar as mulheres de fora na elaboração de soluções ambientais coloca-as em posições mais vulneráveis.

Quando ocorrem eventos relacionados com as alterações climáticas – tais como condições meteorológicas mais extremas, incêndios florestais ou inundações – as mulheres e as moças suportam um fardo mais pesado e sofrem impactos mais graves. A violência contra as mulheres também está aumentando em meio ao aquecimento global.

No entanto, precisamos de mudar a narrativa de que as mulheres são apenas “vítimas” da crise climática.

Na realidade, as mulheres nos países do Sul Global também possuem as capacidades e a força para proteger o ambiente. Eles manifestam seu poder de preservação do meio ambiente em diversas ações, tanto formais quanto informais, individuais e coletivas.

Movimentos de mulheres em todo o Sul Global

Historicamente, as mulheres desempenharam um papel importante na protecção do ambiente nos países asiáticos e sul-americanos.

Um exemplo é o movimento Chipko na Índia na década de 1970.

Mulheres Chipko cercando uma árvore para proteger a floresta. Arnab Chaudhary/Wikimedia Commons, CC BY-NC-ND

O movimento Chipko começou em 1974, quando as mulheres indígenas e a comunidade da aldeia de Reni, na Índia, lutaram para proteger a floresta da exploração madeireira que ameaçava a sua subsistência. Eles agiram coletivamente, protegendo e abraçando as árvores para afastar os empreiteiros e prevenir o desmatamento.

A luta deles se tornou global, causando ondas em todo o mundo.

Durante a Conferência de Nairobi de 1985 sobre as Mulheres dos Países do Terceiro Mundo, as mulheres enfatizaram a importância da conservação da natureza e das ações ambientais das mulheres. Testemunhos do movimento Chipko e de movimentos de mulheres semelhantes noutros países foram discutidos nesta conferência.

Lutando por mudanças no México e na Bolívia

Além do movimento Chipko, há um exemplo recente de mulheres em Zapotalito, uma aldeia dentro da área do parque nacional da lagoa Chacahua-Pastoría, no sul do México.

Eles enfrentaram uma série de desafios ambientais, incluindo peixes mortos, um cheiro horrível de amônia e um declínio na qualidade do ar e da água devido a um projeto de barragem e à poluição de uma fábrica de óleo de cal.

As mulheres de Zapotalito trabalharam juntas para limpar o canal natural na área de mangue de Coaxaca. Eles usaram pás e enxadas para limpezas regulares em 2016.

Mesmo enquanto lutavam pela mudança, eles continuavam com suas rotinas diárias. Eles cozinhavam, faziam tortilhas, limpavam casas, cuidavam de crianças, cuidavam de animais de estimação e plantas e pescavam peixes para suas famílias comerem, mesmo em condições ambientais adversas.

Noutra frente, o movimento de mulheres em Chiquiacá, na Bolívia, tem protegido a Reserva Nacional de Flora e Fauna de Tariquía desde 2017 da expansão das empresas de petróleo e gás na sua preciosa área.

Numa medida ousada em 2019, bloquearam a entrada da área de conservação durante cinco meses para impedir a entrada de equipamento de perfuração.

Mulheres de Chiquiacá em ação na Bolívia.

As mulheres de Chiquiacá também levaram o seu protesto às ruas, impedindo ativamente qualquer desenvolvimento nas suas terras. O que começou como um movimento local transformou-se numa acção colectiva poderosa que continua forte até hoje. Ganhou o apoio de milhares de pessoas na Bolívia.

Liderança das pescadoras indonésias

Na Indonésia, as mulheres pescadoras de Java Central têm trabalhado para sustentar a sua comunidade no meio das alterações climáticas desde 2020. A subida do nível do mar aumentou os riscos de inundações nos seus bairros, forçando-as a tomar medidas através do envolvimento com os decisores políticos, da sensibilização e da angariação de fundos para a construção de pontes.

Infelizmente, as mulheres nestes movimentos enfrentam frequentemente ameaças, intimidação e violência. Os seus inimigos tentaram minar a sua acção, dizendo que “as mulheres deveriam ficar caladas em casa e cuidar da cozinha”. Algumas delas receberam ameaças de morte.

Apesar destes desafios, no entanto, eles continuam a lutar para proteger as suas terras.

Crescente reconhecimento global

As histórias acima mostraram que as mulheres são capazes de fazer a diferença no ativismo ambiental, desde as suas casas e comunidades até ao cenário nacional.

A comunidade global também reconhece cada vez mais os seus esforços. Desde a década de 1990, mais políticas internacionais têm enfatizado o género como um elemento crucial na conservação da natureza e no desenvolvimento sustentável.

Por exemplo, a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento de 1992 reconhece o papel vital das mulheres na gestão e desenvolvimento ambiental.

A Plataforma de Ação de Pequim, criada em 1995, é uma resolução que apoia a igualdade de género e o empoderamento das mulheres em todo o mundo.

Os relatórios da Reunião Intergovernamental de Alto Nível sobre a Plataforma de Ação de Pequim na Ásia e no Pacífico destacam a ligação crítica entre as mudanças ambientais e o papel das mulheres como gestoras e fornecedoras de recursos naturais.

Há também a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, de 2004, que enfatiza o papel crucial das mulheres nas zonas afectadas pela seca, especialmente nas regiões rurais dos países em desenvolvimento.

Documentos recentes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) destacam o papel fundamental dos movimentos locais de mulheres e das mulheres indígenas na definição de políticas e ações climáticas.

Numerosas políticas também promovem a participação das mulheres na agenda do desenvolvimento sustentável.

Mas nem todos os países adotam essas políticas.

Melhores soluções através do envolvimento das mulheres

Apesar de serem desproporcionalmente afectadas pelos danos ambientais, as mulheres continuam a demonstrar a sua resiliência e conhecimento na luta contra as alterações climáticas.

Para capacitar o ativismo das mulheres, os governos de todo o mundo devem formular políticas que integrem o papel das mulheres nas estratégias de conservação e de desenvolvimento sustentável nas suas próprias nações.

Mulheres marchando pela justiça climática em Jacarta em 2017. Jaringan Masyarakat Sipil Indonesia untuk Keadilan Iklim.

Quanto ao público, é crucial iniciar esforços para documentar o ativismo das mulheres.

Tanto as ações governamentais como as ações públicas são essenciais para evitar a simplificação excessiva das experiências das mulheres em diversos países e para ir além da narrativa que as retrata apenas como vítimas.

Estas ações são fundamentais para evitar a simplificação excessiva das experiências das mulheres em diversos países. São também os primeiros passos para resolver os problemas ambientais de formas novas e melhores.

(Tradução: Antonio Carlos Teixeira)

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Focus on the ESG Agenda: insights and tips for inspiring corporate leadership

Fauxels, Pexels.com

By Antonio Carlos Teixeira, editor of the TerraGaia blog

In times of the ESG Agenda, diversity, place of speech, inclusion and equity, companies, companies, industries and corporations need to be aware of the modus operandi of their leaders and how these people deal with their teams on a daily basis.

Here are some insights and tips for applying inspiring leadership:

The first perception is what impresses. In this sense, demonstrate empathy and loyalty to your team.
A leadership that practices and inspires trust is a fundamental person in the application of the ESG Agenda in corporations, as it places this value (trust) as one of the fundamental conditions for the creation, development and delivery of projects. Practicing trust means inspiring each team member to grow, professionally and as a human being.

My vision of corporate leadership also includes the practice of mentoring. Leaders who are willing to guide their teams indicate to the teams that the well-being of each individual is a priority within the area’s planning to achieve goals and objectives.

Focusing on open, respectful and responsible relationships is the key to achieving goals.

In “O poder transformador do ESG: como alinhar lucro e propósito” (The transformative power of ESG: How to align profit and purpose) (Planeta Estratégia, 1st edition, Brazil, December 5, 2022), Paula Harraca highlights how valuing relationships is important for building leadership. “… an organization that presents conscious leadership is one that knows how to give importance to the role that people play – whether they are customers, competitors, employees or managers -, but that also understands that organizations are made up of people.”

That’s it: “organizations are made up of people”, who have feelings, opinions, knowledge, personal and professional trajectories and visions that are different from each other. Corporate leadership based on respect for diversity is and will always be well-regarded and respected by everyone.

Another differentiator or soft skill: have a good sense of humor. Good-natured and fun leadership tends to achieve a high level of trust among your team. Precisely because of the lightness of your aura, your energy, your presence, your leadership.

Great leaders are gifted communicators.

Exceptional leaders are realistically optimistic.

Extraordinary leaders inspire loyalty by speaking the truth.

Human leaders are trusted advisors and act as interpreters for the company.

Inspire ethics and loyalty towards the company and your team.

Genuine leaders show the greatest respect for the knowledge and skills of their team members.

Therefore, give credit and praise the deliveries and achievements of each member of your team.

Practice your integrity by keeping your promises: you will further strengthen the group’s bonds of trust, empathy and sympathy.

Open paths, be kind and helpful to your team: an inclusive environment recognizes the unique experiences and perspectives that each individual can offer. People feel valued and will make efforts to deliver their best knowledge and responsibility to the company.

Furthermore, creating an inclusive environment favors the attraction and retention of talent.

Practice inclusion daily: talk, share, listen, participate in your team’s daily life: be curious and interested in your employees’ experience.

All employees deserve to have opportunities to learn and it is our duty as leaders to make this happen.

By “learning” we can define simple attitudes, such as reading an article, talking to a colleague from another area, participating in a lecture or watching an online course on learning platforms such as LinkedIn Learning, for example.

Help and encourage your team to constantly learn something: training, qualification, updating, knowledge: use the stimulus for learning as a tool for recognizing and motivating the team.

Leaders find ways and open opportunities to encourage the development and support learning processes of their team members.

Talk to each person on your team to find out what they want for their corporate or personal life: do you want to be promoted? Have more responsibility? Take a course or expand your training and knowledge in a certain area? Change area or sector? More opportunities to get involved in team or company projects?

Leaders are flexible and help find creative solutions to problems. Encourage the development of innovative solutions for a project: encourage each person on the team to share their ideas.

Leaders and employees tend to be more inspired, motivated and loyal when they work in companies with a strong sense of purpose and are committed to applying corporate social responsibility in surrounding communities.

To finish, I share some tips that Dan J. Sanders suggests in “Empresas feitas para servir” (Built to serve) (Sextante, Brazilian edition, 2011), a book that has been with me for over ten years and is one of those that I recommend for the development and evolution of corporate leadership:

. “Contain your ego. Surround yourself with talented people and listen to what they have to say.

. Preserve the culture. The leader is the main guardian of a company’s culture.

. Be true to values. Don’t compromise on core values, even if it means doing things differently than usual.

. Release your imagination. Always be ready to serve your team members and they will reciprocate by committing to their work.

. Never stop talking about purpose. Make sure team members link their tasks to the organization’s highest purpose.

. Accept responsibility. It is healthy for a leader to delegate authority, but he can never delegate responsibility.

. No work is irrelevant. The sectors of an organization are interdependent. All people must work together to realize the group’s potential.

. Do not compromise integrity. The best thing a company can offer is absolute honesty.

. Make decisions as if your life depended on it. Today’s work environment requires a sense of urgency.

. Have a good time. When team members view work as a priesthood, productivity increases and customers are more satisfied.”

Involve, inspire and stimulate your group: roll up your sleeves and make a difference with your team!

What have you been doing to inspire your team? Share your experiences! It will be great to hear from you!

Lunch in Lund: by Rasmus H Thomsen Trio
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La destrucción climática impulsa un sector en crecimiento de la economía estadounidense


Por Tim Quinson, Bloomberg

El coste de la crisis climática sigue aumentando.

En términos de daños a la atmósfera y a la vida en la Tierra, esto puede parecer obvio. Pero el precio global del calentamiento global ha sido durante mucho tiempo tema de debate. Ahora, nuevos datos de Bloomberg Intelligence han puesto una cifra al costo de la quema de combustibles fósiles.

Ha promediado unos 500.000 millones de dólares al año desde 2016. Eso equivale aproximadamente al 2% del producto interno bruto de Estados Unidos, según Andrew John Stevenson, analista climático senior de ESG de Bloomberg Intelligence. Esas cifras representan los gastos combinados por daños a la propiedad, cortes de energía, gasto gubernamental y aumento de la inflación en la construcción a nivel estatal, dice.

Para un contexto más amplio, los daños financieros estimados relacionados con el calentamiento global han totalizado casi 7 billones de dólares en los últimos 30 años, dice Stevenson. Y este recuento excluye cosas como salarios perdidos relacionados con incendios forestales o calor extremo, así como el aumento de las primas de seguros de propiedad.

Aunque ciertamente es un sobrio recordatorio de la destrucción causada por la humanidad, Stevenson señala que hay otra manera de analizar el impacto financiero de la crisis climática. “El gasto relacionado con el clima ha representado el 32% del crecimiento del PIB desde 2016”, afirma. Los eventos climáticos son “una parte creciente y visible de la economía estadounidense, que genera vientos de cola para unas pocas empresas”.

Stevenson reconoce, por supuesto, que tales desastres crean “vientos en contra para la inmensa mayoría de los individuos, las empresas y el gobierno”.

Stevenson ha introducido lo que él llama BI Climate Damages Tracker, para ayudar a los inversores a calcular el impacto económico (en cualquier dirección) del clima severo. Todo, desde la aparición de nuevos negocios y cambios en el gasto de los hogares hasta el crédito al consumo y los riesgos de seguros.

El rastreador se actualiza mensualmente con datos gubernamentales y de seguros para estimar cómo la crisis climática está afectando el gasto de los sectores público y privado.

Los inversores han estado desviando más fondos a empresas como Aon Plc, Quanta Services Inc. y Home Depot Inc. porque se encuentran entre las que ayudan a empresas y propietarios de viviendas a limpiar después de la última tormenta y prepararse para la próxima, dice Stevenson.

El analista rastrea las tormentas que causan daños por menos de 10 mil millones de dólares, así como aquellas que cuestan más de 10 mil millones de dólares. Son los eventos más pequeños los que históricamente han obligado a las aseguradoras a retener más pérdidas en sus balances, dice Stevenson. Los tres estados que tradicionalmente han sido los más afectados en ese sentido son Texas, Florida y Luisiana.

Las consecuencias de los fenómenos climáticos tienden a ser altamente inflacionarias tanto a nivel local como nacional, ya que los bienes y servicios se desvían para satisfacer las necesidades inmediatas de las áreas afectadas, dice Stevenson. El sector de reparación de BI incluye 37 empresas que se centran en almacenamiento, alquiler, eliminación de residuos, productos de construcción, materiales y servicios de construcción y calefacción, ventilación y aire acondicionado (HVAC).

La acción promedio del grupo, que incluye a Home Depot y Waste Management Inc., superó a un S&P 500 con igual ponderación en un 96% sobre “una base beta-neutral de retorno total” durante los últimos 10 años, dice Stevenson.

Por ejemplo, las acciones de Advanced Drainage Systems Inc. casi se cuadruplicaron desde la primera mitad de 2020, al mismo tiempo que los ingresos de la compañía casi se duplicaron, en parte debido a la creciente cantidad de inundaciones cerca de ríos y ciudades costeras. Advanced Drainage fabrica sistemas de drenaje y gestión de aguas pluviales.

Y luego está el sector de preparación de BI, que incluye 40 empresas involucradas en la mitigación de riesgos relacionados con la interrupción de la cadena de suministro, el estrés por calor, la contaminación por incendios forestales y la planificación de infraestructura. Este grupo, que incluye a Aon, MSA Safety Inc. y Dycom Industries Inc., superó al S&P 500 de igual ponderación en un 107% en el mismo período de 10 años, según los cálculos del analista.

Otros beneficiarios sorprendentes de un planeta en calentamiento son los prestamistas de día de pago como World Acceptance Corp. y FirstCash Holdings Inc., dice Stevenson. Los fenómenos climáticos provocan gastos importantes a corto plazo y de alto costo que no están incluidos en los presupuestos de la mayoría de los estadounidenses.

El resultado es que la gente recurre a “prestamistas alternativos” para evitar facturas futuras más elevadas, afirma. “Después de todo, el dinero tiene que venir de alguna parte”.

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Curitiba wird zur intelligentesten Stadt der Welt gewählt

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Curitiba zeichnet sich durch innovative Politik, nachhaltige Stadtplanung und bahnbrechende Maßnahmen aus und wurde mit den World Smart City Awards ausgezeichnet

Von Ana Luiza Figueiredo, Olhar Digital

Curitiba [Hauptstadt des Bundesstaates Paraná, Brasilien] wurde im Rahmen der Verleihung der World Smart City Awards am 8. November in Barcelona mit dem Titel „Smartest City in the World 2023“ ausgezeichnet.

Die Stadt erhielt die Auszeichnung in Anerkennung innovativer öffentlicher Richtlinien, Maßnahmen und Stadtplanungsprogramme, die das sozioökonomische Wachstum und die ökologische Nachhaltigkeit der Stadt förderten.

Die von Fira Barcelona geförderten World Smart City Awards gelten als die weltweit wichtigste Auszeichnung für Smart Cities. Dies ist das fünfte Mal, dass Curitiba zu den sechs intelligentesten Städten der Welt zählt.

In der Kategorie „Städte“ der World Smart City Awards 2023 konkurrierte Curitiba mit anderen ebenso innovativen Städten.

Barranquilla (Kolumbien): Der kolumbianische Vertreter des Wettbewerbs zeichnete sich durch die Integration von Klimaschutzmaßnahmen in seine Stadtplanung aus. Die Stadt ist auf dem Weg, die erste „BiodiverCity“ in Lateinamerika zu werden, indem sie Investitionen in grüne Infrastruktur und nachhaltige Lösungen konzentriert. Mit datengesteuerten Richtlinien und einem Fokus auf die Lebensqualität der Bewohner hat Barranquilla einen innovativen Ansatz zur Bewältigung städtischer Herausforderungen gezeigt.

Cascais (Portugal): Die portugiesische Stadt stellte das „Viver Cascais“-Programm vor, eine Bürgerbindungsinitiative, die Vorteile bei einer Vielzahl von Dienstleistungen und Aktivitäten über eine einzige Karte bietet. Ziel ist es, das Wohlbefinden und die Lebensqualität der Bewohner zu verbessern und dabei Aspekte wie Mobilität, Gesundheit und Kultur zu berücksichtigen. Cascais zeichnet sich durch seinen bürgerorientierten Ansatz und die Schaffung eines Umfelds aus, das ein erfülltes Leben fördert.

Izmir (Türkei): Izmir, der türkische Vertreter im Wettbewerb, präsentierte ein intelligentes Feuermeldesystem, das Echtzeitinformationen für die schnelle Erkennung und Reaktion auf Brände überträgt. Dieses innovative System ermöglicht schnelle Benachrichtigungen und detaillierte Bildanalysen und demonstriert damit das Engagement für städtische Sicherheit und den intelligenten Einsatz von Technologie zur Bewältigung spezifischer Herausforderungen.

Makati (Philippinen): Die Stadt zeichnet sich durch den Einsatz von IoT-Geräten und -Lösungen (Internet der Dinge) aus, nicht nur als Werkzeuge zur Erstellung datengesteuerter Richtlinien, sondern auch als Treiber für Verhaltensänderungen bei den Bürgern. Durch die Befähigung der Bewohner zu verantwortungsvollen Verwaltern der städtischen Ressourcen strebt Makati nach nachhaltigen und reproduzierbaren Ergebnissen und trägt so zu einer bewussteren und engagierteren Gemeinschaft bei.

Sunderland (Vereinigtes Königreich): In Zusammenarbeit mit Boldyn Networks wollte die Stadt die intelligenteste Stadt des Landes schaffen und die digitale Transformation auf integrative Weise fördern. Mithilfe fortschrittlicher drahtloser Technologien hat die Stadt eine Smart-City-Datenplattform für die Echtzeitverwaltung implementiert. Der integrative Ansatz soll sicherstellen, dass alle Bürger von der laufenden digitalen Revolution profitieren und Sunderland zu einem Maßstab für die integrative digitale Transformation machen.

Curitiba (Brasilien)

Curitiba, der große Gewinner, begegnete städtischen Herausforderungen mit einem nachhaltigen Ansatz für eine intelligente Stadtplanung. Die Stadt konzentriert sich auf sozioökonomisches Wachstum und ökologische Nachhaltigkeit und hat Initiativen wie die Solarpyramide, Urban Farms und Fortschritte in der Elektromobilität umgesetzt. Darüber hinaus zeichnet sich Curitiba in den Bereichen Ernährungssicherheit, Gesundheit 4.0 und Konnektivität aus und ist eine globale Referenz für intelligente Städte.

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COP28: Países do G20 representam 73% do potencial de redução de emissões do setor de resfriamento

Os equipamentos de resfriamento representam 20% do consumo total de eletricidade atual.

Nações Unidas Brasil – Relatório global sobre setor de resfriamento lançado na COP28, em Dubai (05/12), mostra que medidas-chave podem reduzir as emissões do setor em pelo menos 60% até 2050. Usuários finais poderiam economizar US$ 1 trilhão por ano em contas de energia com medidas para melhorar a eficiência energética do setor. 

Países do G20 representam 73% do potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa por equipamentos de resfriamento, como aparelhos de ar-condicionado e geladeiras. 

Cerca de 1,2 bilhão de pessoas não têm acesso a serviços de resfriamento, colocando vidas em risco devido ao calor extremo, reduzindo a renda dos agricultores e dificultando o acesso universal às vacinas.

Tomar medidas fundamentais para reduzir o consumo de energia dos equipamentos de resfriamento reduziria pelo menos 60% das emissões setoriais previstas para 2050, daria acesso universal ao resfriamento que salva vidas, tiraria a pressão das redes de energia e economizaria trilhões de dólares até 2050, de acordo com um novo relatório publicado durante as negociações climáticas da COP28 em Dubai.

O relatório Mantendo a cabeça fria: Como atender à demanda de resfriamento e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões, da Coalizão Global para o Resfriamento liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), estabelece medidas sustentáveis em três áreas:

  1. Resfriamento passivo.
  2. Padrões mais altos de eficiência energética.
  3. Redução mais rápida das substâncias refrigerantes que aquecem o clima. 

Implementar as medidas descritas nessas áreas resultaria em redução de 60% das emissões do setor. A rápida descarbonização da rede elétrica reduziria as emissões setoriais em 96%.

O relatório foi divulgado em apoio ao Compromisso Global de Resfriamento (Global Cooling Pledge), uma iniciativa conjunta entre a Coalizão para o Resfriamento e os Emirados Árabes Unidos como anfitriões da COP28. Hoje, mais de 60 países assinaram o compromisso com a promessa de reduzir o impacto climático do setor de refrigeração.

“Os países e o setor de refrigeração devem agir agora para garantir o crescimento da refrigeração com baixo teor de carbono. Felizmente, as soluções estão disponíveis hoje. A adoção de um sistema de refrigeração sustentável e eficiente em termos de energia oferece uma oportunidade de reduzir o aquecimento global, melhorar a vida de centenas de milhões de pessoas e obter enormes economias financeira”, afirmou Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA. “O setor de refrigeração deve crescer para proteger todas as pessoas do aumento das temperaturas, manter a qualidade e a segurança dos alimentos, manter as vacinas estáveis e as economias produtivas. Mas esse crescimento não deve ocorrer às custas da transição energética e de impactos climáticos mais intensos”, explicou a chefe do PNUMA durante o evento de lançamento do relatório em Dubai. 

“Com o aumento das temperaturas, é fundamental que trabalhemos juntos para melhorar a eficiência energética e reduzir as emissões do setor de refrigeração e, ao mesmo tempo, aumentar o acesso à refrigeração sustentável. Esse acesso é especialmente importante para as comunidades mais vulneráveis, que geralmente são as que menos contribuem para a mudança climática, mas são as mais expostas a seus impactos”, disse Sultan Al Jaber, presidente da COP28. 

O mundo se comprometeu a reduzir gradualmente os gases refrigerantes hidrofluorcarbonetos (HFCs) por meio da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, um acordo global projetado para proteger a camada de ozônio e desacelerar a mudança climática. Foto: © Studio023/Getty Images.

Crescimento rápido e insustentável no resfriamento

A mudança climática, o crescimento populacional e de renda e a urbanização estão aumentando a demanda de resfriamento, o que é necessário para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Cerca de 1,2 bilhão de pessoas na África e na Ásia não têm acesso a serviços de resfriamento, colocando vidas em risco devido ao calor extremo, reduzindo a renda dos agricultores, impulsionando a perda e o desperdício de alimentos e dificultando o acesso universal às vacinas.

“Com o aumento das temperaturas, é fundamental que trabalhemos juntos para melhorar a eficiência energética e reduzir as emissões do setor de refrigeração e, ao mesmo tempo, aumentar o acesso à refrigeração sustentável. Esse acesso é especialmente importante para as comunidades mais vulneráveis, que geralmente são as que menos contribuem para a mudança climática, mas que estão mais expostas a seus impactos”, acrescentou Inger Andersen. 

De acordo com as tendências atuais de crescimento, os equipamentos de resfriamento representam 20% do consumo total de eletricidade atualmente, e espera-se que esta taxa mais do que dobre até 2050.

As emissões de gases de efeito estufa do consumo de energia aumentarão, juntamente com o vazamento de gases refrigerantes, a maioria dos quais tem um potencial de aquecimento global muito maior do que o dióxido de carbono.

Em um cenário de manutenção do status quo, prevê-se que as emissões provenientes da refrigeração serão responsáveis por mais de 10% das emissões globais em 2050.

O aumento da demanda por equipamentos baratos, porém ineficientes, incluindo aparelhos de ar-condicionado e geladeiras, exigirá grandes investimentos em infraestrutura de geração e distribuição de eletricidade. Equipamentos ineficientes também resultarão em altas contas de energia para os usuários finais, particularmente na África e no Sul da Ásia, onde o crescimento mais rápido é previsto.

“O setor privado tem um grande papel a desempenhar no financiamento e na promoção da inovação para promover o resfriamento sustentável, o que pode ajudar a atender às necessidades vitais de desenvolvimento local e apoiar as metas globais de redução de carbono. Temos o prazer de contribuir com o relatório e de apoiar o Compromisso de Global de Resfriamento”, ressaltou Makhtar Diop, diretor da Corporação Financeira Internacional (IFC). 

Benefícios para o clima, para a saúde humana e para a prosperidade

Seguir as recomendações do relatório poderia reduzir as emissões de resfriamento normal projetadas para 2050 em mais de 60% – cerca de 3,8 bilhões de toneladas de CO2e.

As medidas poderiam:

  • Permitir que mais de 3,5 bilhões de pessoas se beneficiem de geladeiras, aparelhos de ar-condicionado ou refrigeração passiva até 2050.
  • Reduzir as contas de energia dos usuários finais em US$ 1 trilhão em 2050 e em US$ 17 trilhões cumulativamente entre 2022 e 2050.
  • Reduzir a necessidade da potência de pico entre 1,5 e 2 terawatts (TW), quase o dobro da capacidade total de geração da União Europeia atualmente.
  • Evitar investimentos em geração de energia da ordem de US$ 4 a US$ 5 trilhões.

A rápida descarbonização da rede elétrica reduziria as emissões setoriais em 96%. Os países do G20 representam 73% do potencial de redução de emissões para 2050.

O relatório descreve as principais ações a serem tomadas em estratégias de resfriamento passivo, padrões mais elevados de eficiência energética e uma redução mais rápida dos gases refrigerantes hidrofluorcarbonetos (HFC) por meio da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal.

Em 2022, mais de 80% dos países tinham pelo menos um instrumento regulatório em vigor nessas áreas, mas a implementação continua inadequada. Apenas 30% dos países possuem regulamentação que permite a ação nas três frentes.

Padrões de eficiência mais elevados e melhor rotulagem de todos os equipamentos de refrigeração triplicariam a eficiência média global dos equipamentos de refrigeração. Foto: © 27707/Pixabay.

Medidas de resfriamento passivo

Medidas de resfriamento passivo, como isolamento, sombreamento natural, ventilação e superfícies refletivas, podem reduzir drasticamente as cargas de resfriamento. Essas podem ser fornecidas, em parte, pelo desenvolvimento e aplicação de códigos de energia de construção que incorporam refrigeração passiva e design urbano. 

Tais estratégias podem conter o crescimento da demanda por capacidade de resfriamento em 2050 em 24%, resultar em uma economia de custos de capital em novos equipamentos de resfriamento evitados de até US$ 3 trilhões e reduzir as emissões em 1,3 bilhão de toneladas de CO2e.

Padrões mais elevados de eficiência

Padrões de eficiência mais elevados e melhor rotulagem de todos os equipamentos de refrigeração triplicariam a eficiência média global dos equipamentos de refrigeração em 2050 em relação aos níveis atuais, proporcionando 30% de economia de energia modelada, reduzindo as contas de energia e melhorando a resiliência e a viabilidade financeira da cadeia de frio.

As políticas de execução críticas incluem os Padrões Mínimos de Desempenho Energético (MEPS, na sigla em inglês) regularmente atualizados, instrumentos financeiros para incentivar a procura de produtos de maior eficiência e regulamentos para evitar o despejo de equipamentos de refrigeração de baixa eficiência nos países em desenvolvimento.

Emenda de Kigali

O mundo se comprometeu a reduzir gradualmente os HFCs por meio da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, um acordo global projetado para proteger a camada de ozônio e desacelerar a mudança climática.

As emissões de HFC em 2050 podem ser reduzidas para metade ao longo do calendário de redução gradual de Kigali por meio da rápida adoção de melhores tecnologias em novos equipamentos e de uma melhor gestão dos refrigerantes, juntamente com o reforço da fiscalização nacional.

Ferramentas financeiras 

A economia total de custos do ciclo de vida de US$ 22 trilhões (US$ 17 trilhões em economia de custos de energia e US$ 5 em investimentos em geração de energia) tornará a transição de resfriamento sustentável acessível.

Os modelos de negócios existentes precisam ser dimensionados para usar essas economias para reduzir os custos iniciais e tornar a transição acessível para todas as pessoas. As ferramentas financeiras disponíveis incluem:

  • Financiamento na fatura, através do qual uma concessionária paga por uma atualização e recupera o custo por meio de contas de energia mensais. 
  • Mecanismos de compartilhamento de riscos.
  • Investimentos públicos e privados.
  • Hipotecas verdes.
  • Incorporação de resfriamento sustentável em salvaguardas ESG para bancos multilaterais.
  • Proteção de pequenos agricultores em economias em desenvolvimento com financiamento de sementes.

Para muitos países em desenvolvimento, serão necessários financiamentos concessionais específicos.

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COP28 pede transição de combustíveis fósseis pela 1ª vez na história

Da BBC News Brasil

13 de dezembro de 2023

Dubai, Emirados Árabes Unidos

Pela primeira vez, um texto acordado na cúpula climática da ONU apela a todos os países para que façam uma transição energética para se distanciar dos combustíveis fósseis — e não que eles sejam eliminados, como muitos governos queriam.

O texto reconhece a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas se a humanidade quiser limitar o aumento da temperatura global em 1,5ºC.

A sala de conferências da COP irrompeu em aplausos, com abraços e largos sorrisos nos rostos das delegações, quando o acordo foi anunciado.

“Juntos encaramos a realidade e colocamos o mundo na direção certa”, disse o presidente da COP28, Sultan Ahmed Al-Jaber.

Mas alguns países são críticos.

Muitos países esperavam que o texto aprovado nesta quarta-feira (13/12) em Dubai apontasse a “eliminação gradual” do uso de combustíveis fósseis em todo o mundo. A eliminação gradual ou progressiva exigiria que os países reduzissem gradualmente a quantidade que produzem e utilizam até chegarem a zero.

O acordo, no entanto, apela à “redução” do uso destes combustíveis- isso significa a diminuição do quanto um país depende de combustíveis fósseis, sem a exigência de uma meta de zero.

Houve outras críticas. Samoa, por exemplo, disse que as nações insulares, ilhas gravemente atingidas pelas alterações climáticas, “não estavam presentes” quando o texto foi aprovado.

A queima de combustíveis fósseis provoca o aquecimento global, colocando em risco milhões de vidas. Até hoje, os governos nunca concordaram coletivamente em parar de usá-los.

Em fala após o anúncio do acordo, a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, disse que os países desenvolvidos deveriam assumir a liderança na transição dos combustíveis fósseis.

“O desafio de cumprir esta missão 1,5ºC dependerá do compromisso de todos”, disse Marina.

Ela afirmou que o Brasil está satisfeito e honrado em poder ajudar nisso – o Brasil sediará a COP daqui a dois anos, na Amazônia, em Belém.

Análise – Justin Rowlatt, editor de clima

O presidente da COP28 considera este um momento-chave na história. O ponto em que o mundo mudou de rumo e começou realmente a exercer pressão sobre a fonte esmagadora das emissões que aquecem o nosso planeta: carvão, petróleo e gás.

E é realmente um progresso significativo que, pela primeira vez, os combustíveis fósseis e a necessidade de “transição” deles tenham sido incluídos no texto da COP.

Os ativistas dirão que é tarde demais. Mas a união do mundo para reconhecer esse fato terá consequências no mundo real. Você apostaria as economias de sua vida em uma nova usina a carvão depois de hoje?

Mas é verdade que o acordo é fraco em seus fundamentos.

Por que? Porque a linguagem mais forte que os Emirados Árabes Unidos conseguiram fazer com que o mundo concordasse foi “apelar às partes para contribuírem” para uma série de ações para combater as alterações climáticas.

Eu poderia lavar um único prato e teria “contribuído” para lavar a louça — mas você acha que eu realmente teria feito o suficiente?

Essa falta de intensidade foi reconhecida pelo presidente destas conversações no seu discurso esta manhã. “Agora é com vocês”, disse ele aos delegados.

O sucesso deste acordo tem tudo a ver com a “implementação”, disse ele – quanto da lavagem da louça os países do mundo realmente decidem fazer.

Que diz o acordo?

Para os progressistas, há sinais de que a era dos combustíveis fósseis está chegando ao fim. Para os produtores de petróleo há ambiguidade suficiente para que possam continuar produzindo.

As promessas de triplicar as energias renováveis e a exigência de novos planos de redução de carbono também são significativas para muitos.

Confira alguns pontos-chave do texto:

  • Os países irão “contribuir… para a transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos de uma forma justa, ordenada e equitativa”.
  • Esta é a primeira vez que há uma referência clara sobre futuro de todos os combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) num texto da COP. Não inclui qualquer texto sobre a “eliminação progressiva dos combustíveis fósseis”.
  • Há um reconhecimento de que as emissões globais provavelmente atingirão o pico antes de 2025 – e que para as nações em desenvolvimento isso poderá ocorrer mais tarde.
  • No que diz respeito à adaptação e ao financiamento, a linguagem parece ter sido enfraquecida, com o texto “reiterando” em vez de “solicitando” aos países desenvolvidos que dêem apoio às nações vulneráveis que enfrentam as alterações climáticas.

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A farra dos lobistas do petróleo na COP28

UNFCCC Flickr / COP28 / Walaa Alshaer

São mais de 2,4 mil lobistas e executivos da indústria de combustíveis fósseis do mundo todo participando da COP28 de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Do ClimaInfo

As Conferências do Clima deveriam ser espaços para discussão sobre caminhos e desafios para a descarbonização da economia global. No entanto, cada vez mais, o que se vê são representantes de empresas de petróleo, gás e carvão circulando nos corredores e salões acarpetados das COPs, com acesso a negociadores e representantes governamentais.

A partir da lista preliminar de participantes credenciados para a Conferência de Dubai, um levantamento feito pela coalizão “Kick Big Polluters Out” (COP28) identificou ao menos 2.456 nomes ligados diretamente à indústria dos combustíveis fósseis. Esse é o maior número já registrado de participantes do setor em uma Conferência do Clima.

Se fossem um país, a delegação da energia suja seria inferior numericamente apenas à delegação mastodôntica do Brasil e dos próprios Emirados Árabes, país anfitrião da COP. Mesmo grandes países, como os Estados Unidos, ficam atrás da representação da indústria fóssil em Dubai.

De acordo com o levantamento, a maior parte dos lobistas do petróleo, gás e carvão obteve sua credencial da COP28 por meio de associações comerciais, principalmente do Norte Global. A Associação Internacional de Comércio de Emissões (IETA), por exemplo, registrou 116 representantes do setor em sua delegação, incluindo nomes de empresas como Shell, TotalEnergies e Equinor.

Mas a presença da indústria fóssil não se limita às entidades setoriais. Países como França e Itália, além da União Europeia, também inscreveram em suas delegações representantes de empresas de combustíveis fósseis como BP e ExxonMobil.

“A presença venenosa dos grandes poluidores tem paralisado as negociações há anos, impedindo-nos de avançar nos caminhos necessários para manter os combustíveis fósseis no subsolo. Eles são a razão pela qual a COP28 está envolta em uma névoa de negação climática, e não na realidade climática”, destacou Alexia Leclerq, ativista da Start:Empowerment.

AFPGuardianValor e Washington Post, entre outros, repercutiram a presença do lobby fóssil na COP28.

Em tempo: No sábado (2/12), Sultan Al-Jaber, presidente da COP28 e da estatal petroleira ADNOC, dos Emirados Árabes, anunciou com pompa e circunstância uma parceria de 50 companhias de combustíveis fósseis para reduzir a queima e os vazamentos de metano. Mas a Bloomberg revela que as norte-americanas Exxon e Chevron, duas das maiores produtoras de petróleo e gás do planeta e que recentemente adquiriram concorrentes, reforçando sua aposta nos combustíveis fósseis, não aderiram à iniciativa. Por ser um fundo a ser gerido pelo Banco Mundial, mas formado com recursos das empresas, uma pessoa envolvida nas negociações disse que alguns gigantes do petróleo relutaram em subscrever um fundo visto como um verdadeiro fornecedor de doações em dinheiro a concorrentes – casos de Exxon e Chevron. Enquanto isso, que se dane o planeta.

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Record more than 2,000 fossil fuel lobbyists at COP28 talks: NGOs

The COP28 climate conference is being hosted by oil-rich UAE © KARIM SAHIB / AFP

Paris (AFP) – A record almost 2,500 fossil fuel lobbyists have been accredited for UN climate talks in Dubai, as negotiators wrestle with calls to end all new oil, gas and coal projects to curb global warming, campaign groups said Tuesday.

The COP28 meeting is being hosted by oil-rich United Arab Emirates, which has made no secret of its plan to include fossil fuel interests and has boosted overall attendance to more than 80,000, making this year’s meeting the largest COP.

New UN rules have made it easier for observers to scrutinise those given passes, with COP28 attendees asked to provide for the first time information about their employer and their relationship — financial or otherwise — with the entity applying for accreditation on their behalf.

That makes comparisons to previous years tricky, but the NGO umbrella group Kick Big Polluters Out (KBPO) said the 2,456 people tied to fossil fuel interests they identified from a provisional attendee list was roughly four times the number of passes granted to these groups at last year’s talks in Sharm El-Sheikh.

If taken as a group they outnumber “every country delegation” apart from Brazil and the UAE, the coalition said in a statement.

All COP delegates are required to be hosted by a government or registered organisation.

According to KBPO, France brought the head of its fossil fuel giant TotalEnergies, Italy included a team from Italian energy giant ENI, while the European Union brought employees of oil giants BP and ExxonMobil.

Meanwhile, the Geneva-based International Emissions Trading Association (IETA) brought 116 people including representatives from Shell and Norway’s Equinor.

“Do you really think Shell or Chevron or ExxonMobil are sending lobbyists to passively observe these talks?” said Alexia Leclercq, co-founder of the NGO Start:Empowerment in response to the findings.

“Big Polluters’ poisonous presence has bogged us down for years, keeping us from advancing the pathways needed to keep fossil fuels in the ground,” she added.

The COP28 negotiations, held during what is widely expected to be the hottest year on record, have been mired in controversy since Sultan Al Jaber, head of the UAE state oil firm, was appointed the climate talks’ president.

On Monday Jaber insisted that he respects climate science after he came under fire over a leaked video in which he questioned the science on fossil fuels.

The KBPO coalition, which includes more than 450 groups such as Global Witness, Greenpeace, ActionAid and Transparency International, analysed provisional participant lists for the 28th conference line-by-line.

Last month the group said that lobbyists had attended the climate conference at least 7,200 times over the last 20 years.

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Guterres: combate à crise climática passa por reforma na arquitetura financeira internacional

António Guterres, secretário-geral da ONU

Entrevista do secretário-geral da ONU, António Guterres, em coletiva de imprensa realizada durante a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 11 de dezembro de 2023.

Das Nações Unidas Brasil

Sr. Guterres, se não conseguirmos um compromisso para eliminar os combustíveis fósseis neste acordo, isso significa que esta conferência foi um fracasso? (Justin Rowlatt, BBC )

A COP abrange muitos aspectos e isso depende do equilíbrio global. Mas um aspecto central, na minha opinião, para o sucesso da COP será que ela alcance um consenso sobre a necessidade de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis em conformidade com um cronograma, alinhado com o limite de 1,5 grau.

Isso não significa que todos os países devam eliminar os combustíveis fósseis ao mesmo tempo. Aplica-se o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Mas isso significa que, globalmente, a eliminação gradual dos combustíveis fósseis precisa ser compatível com o emissões líquidas zero em 2050 e com o limite de 1,5 grau de aumento da temperatura. 

Secretário-geral, a questão do pacto sobre a qual você falou, foi difícil de obter durante a COVID-19. Você acha que, desta vez, o que está solicitando aos países desenvolvidos terá uma resposta positiva? (Sophie Mckoena da SABC, South African Broadcasting Corporation)

Sejamos claros. Uma das coisas essenciais é que todos os compromissos feitos pelos países desenvolvidos precisam ser implementados de forma transparente. Mas não resolveremos os problemas de equidade em relação ao clima apenas com financiamento climático. Essa é a razão pela qual tenho defendido reformas na arquitetura financeira internacional, mecanismos eficazes de alívio da dívida e, como mencionei hoje, o aumento de capital e a mudança nos modelos de negócios dos bancos multilaterais internacionais, para garantir que muito mais recursos estejam disponíveis para os países em desenvolvimento, não apenas para atender aos seus objetivos em ação climática – mitigação e adaptação – mas também para lidar com a dramática situação financeira em que muitos deles se encontram.

Não podemos separar as coisas. Claro, não podemos esperar que a COP resolva todos os problemas financeiros dos países em desenvolvimento no mundo, mas é importante que a COP dê um sinal forte de que esses problemas, além dos estritos problemas de financiamento climático, precisam ser abordados.

Muito obrigado.

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COP28: a ‘corrida contra o tempo’ de António Guterres

O secretário-geral da ONU, António Guterres, participa de coletiva de imprensa na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 11 de dezembro de 2023. Foto: © UNFCCC/Amira Grotendiek.

Em declaração à imprensa nesta segunda-feira (penúltimo dia da COP28), o secretário-geral da ONU disse há pouco em Dubai que “ministros e negociadores devem ultrapassar linhas vermelhas arbitrárias, intensificar as negociações de boa fé e buscar compromissos para soluções, sem comprometer a ciência ou a necessidade de maior ambição”

Das Nações Unidas Brasil

Estamos em uma corrida contra o tempo.

Como mencionei na abertura da COP28, nosso planeta está chegando muito próximo do limite de 1,5°C grau.

E o tempo está se esgotando. 

COP28 está programada para encerrar amanhã, mas ainda existem lacunas significativas que precisam ser superadas.

Agora é o momento de máxima ambição e máxima flexibilidade.

Ministros e negociadores devem ultrapassar linhas vermelhas arbitrárias, posições enraizadas e táticas de bloqueio.

É hora de intensificar as negociações de boa fé e enfrentar o desafio estabelecido pelo presidente da COP28, Sultan Ahmed Al Jaber.

É hora de buscar compromissos para soluções – sem comprometer a ciência ou a necessidade de maior ambição.

Em nosso mundo fraturado e dividido, a COP28 pode mostrar que o multilateralismo continua sendo nossa melhor esperança para enfrentar desafios globais.

Especificamente, solicito às Partes que garantam máxima ambição em dois aspectos:

  • Primeiro, ambição na redução das emissões de gases de efeito estufa
  • Segundo, ambição na promoção da justiça climática.

Balanço Global deve oferecer um plano claro para triplicar as energias renováveis, dobrar a eficiência energética e concentrar esforços de maneira decidida em abordar a causa raiz da crise climática – a produção e consumo de combustíveis fósseis.

Naturalmente, a transformação não ocorrerá da noite para o dia.

A descarbonização criará milhões de novos empregos decentes, mas os governos também devem garantir apoio, treinamento e proteção social para aqueles que podem ser impactados negativamente.

Ao mesmo tempo, as necessidades dos países em desenvolvimento altamente dependentes da produção de combustíveis fósseis também devem ser consideradas.

No entanto, é essencial que o Balanço Global reconheça a necessidade de eliminar gradualmente todos os combustíveis fósseis dentro de um cronograma consistente com o limite de 1,5 grau – e acelerar uma transição energética justa, equitativa e ordenada para todos.

Uma transição que leve em consideração o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e capacidades reflexivas, à luz das circunstâncias nacionais – não para reduzir a ambição, mas para combinar ambição e equidade.

Essa é a razão pela qual propus o Pacto de Solidariedade Climática – no qual os grandes emissores fazem esforços adicionais para reduzir as emissões e os países mais ricos apoiam as economias emergentes a fazerem o mesmo.

Os prazos e metas podem ser diferentes para países em diferentes estágios de desenvolvimento, mas todos devem ser consistentes com a meta global de atingir zero líquido de emissões até 2050 e preservar o objetivo de 1,5 graus.

Em segundo lugar, é hora de mais ambição em relação à justiça climática.

A COP28 começou com dois passos encorajadores: o acordo para operacionalizar o Fundo de Perdas e Danos e o reabastecimento do Fundo Verde para o Clima.

Isso é um começo, mas muito mais é necessário.

Muitos países em desenvolvimento estão afogados em dívidas, não têm espaço fiscal e estão imersos no caos climático.

Precisamos que todos os compromissos feitos pelos países desenvolvidos em termos de financiamento e adaptação sejam cumpridos – integral e transparentemente.

Precisamos de aumento de capital e reforma do modelo de negócios dos bancos multilaterais de desenvolvimento para aumentar maciçamente o suporte direto – e alavancar muito mais financiamento privado a custos razoáveis para os esforços de ação climática dos países em desenvolvimento.

E precisamos de muito mais ambição em termos de adaptação.

A COP28 deve enviar sinais claros de que os governos compreenderam a magnitude do desafio da adaptação e que isso é uma prioridade não apenas para os países em desenvolvimento, mas para o mundo inteiro.

Saúdo o consenso emergente em relação a uma nova estrutura de adaptação com um conjunto de metas mensuráveis para impulsionar a ação.

Mas uma estrutura sem os meios de implementação é como um carro sem rodas.  

Duplicar o financiamento da adaptação para US$ 40 bilhões até 2025 deve ser um passo inicial para a alocação de pelo menos metade de todo o financiamento climático para a adaptação. 

Olhando para o futuro, os próximos dois anos são vitais.

Primeiro, para estabelecer uma nova e significativa meta global de financiamento climático para além de 2025, refletindo a escala e urgência do desafio climático.

Segundo, para os governos prepararem e apresentarem novos planos nacionais de ação climática – ou Contribuições Determinadas Nacionalmente – que abranjam toda a economia, cubram todos os gases de efeito estufa e estejam totalmente alinhados com o limite de temperatura de 1,5 grau.

Os governos devem sair de Dubai com uma compreensão clara do que é necessário entre agora e a COP30 no Brasil.

Portanto, ao nos aproximarmos da linha de chegada da COP28, minha principal mensagem é clara:

Devemos concluir a COP28 com um resultado ambicioso que demonstre ação decisiva e um plano crível para manter viva a meta de 1,5 grau e proteger aqueles na linha de frente da crise climática.

Não podemos continuar adiando o problema. Estamos sem estrada – e quase sem tempo.

Obrigado.

António Guterres, secretário-geral da ONU

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